As cerimônias / sessões dentro do âmbito psicoterapeutico são momentos / encontros que devem partir de uma busca sincera. Não há obrigações sociais ou em sustentar uma doutrina através da participação ativa em todos os eventos; não há doutrina em jogo e sim auto-investigação e a saga de um caminho interno que se abre em cada toma. O momento de entrar nessa vivência deve partir da busca honesta e ter como intencionalidade primeira o trabalho sobre si mesmo, do início ao fim da sessão. Isso exigirá uma observação científica da própria neurose, num ambiente que tenha intervenções ou que, naturalmente, não tenha espaço para jogos.
Estar inteiro e em trabalho durante as sessões exige uma auto-observação honesta. Essa atenção é algo maior - é presença e espreita - que dinamizará espontaneamente esse estado exato de trabalho ou a retirada imediata do falso. A abordagem direta abre o espaço para que esse processo seja intensificado. Como princípio e método existe o cuidado simbólico e ritualistico para que o ego não tenha possibilidade de encenar, blefar, manipular afetos e fazer seus jogos infantis. Essa é a diferença régia entre trabalhos envolvendo ayahuasca onde trabalho de fato é feito, e encontros sociais com manutenção da neurose de grupo sustentando o processo.
Bruno Fontoura
