As dietas e o preparo para vivenciar uma experiência com ayahuasca tem uma relatividade e não devem ser regras rígidas ou mais uma crendice atravessando o caminho.
A experiência quando completa é algo total, envolvendo totalmente o organismo, sendo importante que o corpo esteja leve e limpo no dia, com qualquer processo digestivo, mesmo que mínimo, já finalizado no momento do trabalho. Isso é ter a base corporal aberta e firme para entrar numa vivência que pode envolver intensidades; todos esses movimentos devem ser de uma ordem natural e não serem, mesmo que minimamente, induzidos por uma má alimentação. Trata-se de uma vivência de sutilização em todos os âmbitos e o corpo deve estar receptivo. Água, sucos, frutas são o ideal para o antes e depois da sessão. Carnes, alimentos de origem animal demoram muito tempo no organismo; e alimentos contendo tiramina devem ser evitados, podem trazer desconforto (aumento da pressão arterial) pela interação com os IMAOs (inibidores da monoamina oxidase) presentes no cipó.
O adequado é uma alimentação leve no dia e a completa ausência de substâncias químicas e medicamentos em geral.
Dietas mais sérias (jejuns, ausência de sal, açúcar e temperos por dias ou semanas) são também instrumentos de intervenção na forma de atuação da bebida e podem ser investigados.
O propósito ou ação sempre será a dinamização dos efeitos, sua profundidade - intensidade e consequentemente, mais efetividade em qualquer ponto que se busque.
O envolvimento sério com o preparo significa uma atenção com todo o caminho e com a vida, algo maior que o simples fato de evitar um desconforto momentâneo durante a experiência ou 'estabelecer como regra inquestionável' algum padrão alimentar.
Bruno Fontoura
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